Raro, mas acontece
Não é todos os dias, é até muito raro vermos futebolistas de sucesso não renegar as suas origens. A fama e o dinheiro rapidamente os fazem procurar outras "companhias", é pois de destacar a atitude de David Villa jogador de topo do futebol mundial ao solidarizar-se com a luta dos mineiros das Astúrias, em particular pela que é levada a cabo por quatro deles que já estão há 48 dias encerrados numa mina como forma de protesto contra um governo que rasga acordos firmados e lhes tolhe o futuro cortando 63% dos apoios que estavam garantidos por acordo entre as partes.
A sorte que o seu pai não teve, é mineiro reformado, teve-a Villa quando entrou nas escolas de futebol do Sporting de Gijón onde seu pai o fez ingressar na esperança de o poupar ao pesadelo da mina. Triunfou no mundo da bola mas não esqueceu as suas origens e ali esteve ele à entrada do poço onde os quatro mineiros se encontram encerrados a transmitir-lhe o seu apoio e palavras de conforto. O gesto de Villa adquire maior relevância porque serve de contraponto ao pesado silêncio a que os meios de comunicação votam a luta dos quatro mineiros.
Desenrolasse-se ela num dos países do chamado "eixo do mal" e estaríamos com transmissões via satélite em directo e a cores e ocuparia pela certa a primeira página de todos os jornais do chamado "mundo democrático".
Allez Villa, hoje ganhaste mais um troféu, o da solidariedade.