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Salvo-conduto

A erva daninha cresce todos os dias

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Salvo-conduto

21
Jul12

Sombras

salvoconduto

 

 

É tramado, a direita também gosta de ter as suas referências e de as enaltecer, para isso até dispõe dos meios de comunicação social em regime de quase exclusividade. Prevendo o óbvio desenlace, a idade e a doença faziam aproximar o seu fim, Fátima Campos Ferreira, JN, SIC, cada um de per si, promoveram uma última entrevista com o contador de histórias que foi Ministro da Educação de Salazar, protagonista na crise académica de 69.

 

Fiel à sua doutrina José Hermano Saraiva não desperdiçou a oportunida-de de enaltecer Salazar, seu mestre, "um santo que conduziu os destinos do país durante quase 50 anos, um justo", vincava ele. Lúcido apesar da idade, prevendo que na direita que sempre abraçou poderia haver quem viesse, já morto, acusá-lo de nunca ter sido um verdadeiro histo-riador deixou a Fátima Campos Ferreira as palavras com se despediria da vida: "Estamos numa fase deficitária, negativa, de governação, o governo está entregue a pessoas menores".

 

Alguns apressaram-se a renegar José Hermano Saraiva conhecida que foi a entrevista a Fátima Campos Ferreira. Na linha da frente num dos blogues oficiosos do governo, "delito de opinião", José Navarro de Andrade devolvia o "elogio" a José Hermano Saraiva:


"Pouquíssimos o viam, tendo o programa prosseguido anos a fio com audiências pouco mais do que residuais, preguiçosamente encostado ao estatuto adquirido. Raríssimas vezes o citavam, quer na rua, quer no âmbito dos estudos historiográficos. Considerado um “grande comunicador”, dele não terá ficado um epigrama, um aforismo, uma imagem vincada e vinculativa, que perdure além de um repetitivo “storytelling” devedor sobretudo do estilo vetusto de um Pinheiro Chagas. Em vida, das escassas vezes que lhe pediam opinião e ele a dava sem constrangimentos, mesmo quando poderia ter sido polémico, nem assim era escutado com mais do que a deferência devida a um ancião inócuo."

 

Cá se fazem, cá se pagam, diz o ditado, não se adapta muito à situação já que José Navarro de Andrade só escreveu esta prosa depois da morte de José Hermano Saraiva, algo qne não o preocupa, o importante mesmo é devolver o acinte.

 

Galhardetes à parte, a direita, herdeira da ditadura, perde uma figura de proa da sua época dourada e de repente fica mais órfã.

 

Bonito mesmo era um voto de pesar na Assembleia da República, gostaria de ver algumas figurinhas a retorcerem-se todas... Pago para ver.

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