É a primeira coisa que os farsantes fazem depois de se tornarem famo-sos, a criação de uma fundação ou de uma ONG para que o seu nome não se perca nas valetas do esquecimento, que ao mesmo tempo e sob a capa de uma suposta solidariedade lhes permite continuar a amealhar uns cobres, contando para isso com os "amigos" nos governos e os otários que sempre que ouvem a palavra solidariedade principalmente quando ela é sinónimo de caridade logo se apressam a alargar os cordões à bolsa.

São organizações como essas que ainda lhes permite as honras dos jornais sem os quais a sua efémera vida pouco sentido faria e vão somando uns pontos na caderneta que lhes garantirá um lugar de privilégio no reino do Além. É o que eu digo não dão ponto sem nó, são até capazes de morrer felizes julgando que depressa continuarão a fazer das suas a enganar os anjinhos, por isso que se recusam a acreditar que a sua vida terminará no dia em que lhes cair uns punhados de terra em cima.

Tony Blair tem isso garantido não só porque cuidou de criar essa ONG dedicada à caridade em África, o que lhe permitiu aumentar no ano passado o soldo dos seus "amigos colaboradores" em 650% (não, não está mal escrito, é mesmo esse valor que estão a ler, 650%, uma organização que movimenta milhões) mas igualmente criou uma fundação que leva por nome "Fundação Tony Blair para a Fé", diz o farsante que é para promover a compreensão e o respeito entre as principais religiões do mundo, logo ele cuja principal veneração é o vil metal.

Um dos "testemunhos" que Blair e a sua organização gostam de destacar é o o seu amigo Presidente Paul Kagame do Ruanda, precisamente aquele que foi acusado pelas Nações Unidas de crimes de guerra e abuso dos direitos humanos, exactamente a mesma coisa que Blair quando morava no número 10 de Downing Street, só que a ele até hoje ainda ninguém o acusou.

Será recebido hoje por Dilma Rousseff, sempre serão mais uns reais a acrescentar à conta, foi assim que tropecei na dita ONG.

E vocês? Vá lá, façam já a vossa doação, em troca dá-vos uma caderne-ta, aquela que vos há-de garantir um lugar a seu lado, quando entregra-des a alma ao criador. Não? Pronto, era só eu a divagar.