É tão cândida...
Cândida Almeida já está na corrida ao cargo de Procurador-Geral da República, desdobrou-se nos últimos dias, até foi fazer uma perninha àquele centro de meliantes que se reuniu por estes dias em Castelo de Vide, foi lá dar uma aula, é dali que sairá uma nova fornada de jotas já com o curso no curriculum, o mesmo curso de Isaltino, Duarte Lima, Oliveira e Costa, Dias Loureiro, Miguel Relvas e tantos outros, muitos deles não deixarão por certo de telefonar aos pais dizendo que já têm o curso, que em breve serão ministros.
E o que terá ensinado ela aos jovens? Aquilo que os promotores daquela Universidade de Verão mais gostam de ouvir, que "Portugal não é um país corrupto", pois não Cândida, mas que tem muitos corruptos é uma evidência tal que nem a corridinha a PGR consegue escamotear.
Foi longe, o ambiente era de festa, sublinhou que "Portugal é dos poucos Estados europeus onde se investigam grandes negócios do Estado", aposto que aqui deve ter posto aquele sorrisinho maroto talvez piscando o olho aos jotinhas, como que a garantir-lhes que não se passa daí, investiga, investiga, expira, arquiva, mais parecendo um mero exercí-cio de uma clínica de reabilitação. Entusiasmada acrescentou logo a seguir que "a corrupção tem a ver com cidadãos ou funcionários que se vendem ou querem vender-se", claro, é mesmo isso Cândida, não tem nada a ver com aqueles que os querem corromper e lhes baixam os salários para os terem à sua mercê.
"A corrupção é residual" martela ela para que que aquelas alminhas fiquem com o quadro completo do círculo em que a breve trecho se moverão, para logo a seguir rematar com chave de ouro: "é preciso, assim, combater esta percepção errada e "preocupante": "Porque ficamos com a ideia de que, por um lado, ninguém faz nada contra a corrupção e, por outro, somos todos corruptos", fale por si minha senhora, fale por si.
Quem deve estar de queixos caídos é Maria José Morgado, colega na Procuradoria, ela que não se cansa de afirmar precisamente o contrário de Cândida Almeida, ainda há bem pouco deixava o alerta e defendia a "prioridade total para o combate à fraude fiscal associada à corrupção e ao branqueamento de capitais e essa estratégia deve ser sistemática", pelos vistos quem anda numa de branqueamento é Cândida Almeida.
Deixe que lhe diga que mesmo com essa "candura" e "ginástica" toda algo me diz que não vai a lado nenhum, canta mas não encanta...