Quando as novas gerações se enterram a si próprias
O culto do ódio e da inveja está perfeitamente instalado, é a nova arma dos fracos. Mário Crespo alimentava-o diariamente, tinha espaço dedica-do, outros não dispondo de muitas oportunidades sempre que esta se apresenta agarram-na como se fosse a última, a seu lado a mais venenosa das cobras não passa de um animal de estimação.
Catula, Kátia Catula, jornalista, a actual profissão de eleição dos fracos, atira-se aos maquinistas à boa maneira de Crespo, descobre-lhes os subsídios, goza com eles, não se dando conta que ao fazê-lo está a expor-se, a mostrar a sua mediocridade enquanto jornalista, a destilar o seu ódio, a sua inveja, num artigo no jornal "i", o mesmo artigo onde reconhece a custo que o salário base de um maquinista anda na ordem dos 821€ e 897€.
A dado passo escapa-se-lhe a escrita para a verdade e deixa ficar a frase "No caso do salário mais baixo de um maquinista (índice 159), os quatro subsídios mensais fixos representam um acréscimo de cerca de 225€, mas esse valor sobe para 330€ se estiver em causa o vencimento mais alto (índice 271) atribuído a um inspector-chefe de tracção. Tudo o resto é uma incerteza e só chega ao recibo do ordenado no caso de uma ou mais variáveis se cumprirem ao longo do mês".
Terão os maquinistas vários subsídios? Claro que sim, igualmente os terão as Catulas deste país. Pobre coitada não faz o trabalho de casa, algo me diz que deve ter tirado o curso de jornalista, se é que o tem, pela internet ou em fascículos a que faltaram algumas páginas pela certa.
Não acredito que nunca lhe ninguém tenha dito que neste país o patrão, seja público ou privado, sempre, mas sempre, se recusou a pagar o justo salário e mesmo quando encostado às cordas pelas lutas dos trabalhado-res sempre encontrou uma saída, um mal menor, em vez de pagar o justo salário refugiava-se no pagamento de subsídios que acabavam por repre-sentar muito menos encargos e poderiam na maior parte dos casos nem sequer serem pagos por não se verificarem as condições para a sua percep-ção ou atirados para a coluna do calote como é caso dos maquinistas que são credores de vários milhões desde 1996.
A Catula encolherá os ombros, dirá que é muito nova para saber dessas coisas, não se dando conta que apenas estará a dar tiros no próprio pé, estará a alimentar a ganância do patrão, repito, seja ele público ou privado. Depois admiram-se que surjam anúncios de recrutamento de professores, enfermeiros ou arquitectos a 500 euros, é essa a fasquia do raciocínio das Catulas deste país.