Soam as trombetas
Sentindo a terra fugir-lhes debaixo dos pés sopram as cornetas, tocam os sinos, enviam SMS, toca a reunir, toca a defender o governo seja a que preço for, ainda há muito para roubar.
O primeiro a dar a cara foi António Barreto, já está habituado a dá-la por tuta e meia, até pelo vinho do Pingo Doce. De repente a "democracia", a "liberdade de expressão" voltou a estar em causa. Estava tudo bem até começarem a chamar gatuno a Relvas e a cantar-lhe a "Grândola Vila Morena" nas trombas. Alto e pára o baile que é um atentado à democra-cia, pelo menos como ela é entendida pela corja que dirige os destinos do país. Até são capazes de reconhecer ao povo o direito à indignação, mas em casa, ordeiramente, sem dar nas vistas e longe dos holofotes das tele-visões que lhes servem para enganar os incautos.
São estes os tiques que os denunciam, começam a estar verdadeiramente impacientes, a coisa começa a ficar preta, enredaram-se na meada neoli-beral e já nem os nós conseguem dar direito.
Depois do mastim de Relvas ter tentado sem sucesso ferrar os dentes naqueles que apupavam o "ilustre doutor" é agora a vez de Luís Montenegro, timoneiro da bancada laranja, fazer o seu papel, subiu à tribuna do Parlamento para defender igualmente Relvas, também ele sabe que quando aquele cair cai o governo, o efeito dominó far-se-á sentir de imediato. Fê-lo com tal "convicção" que até reclamou que a "Grândola" também é dele, dele e do CDS, fez questão de salientar, logo ele que quando o obrigaram a pôr um cravo ao peito pela primeira vez no Parla-mento quase chegou a ir parar ao hospital tal a taquicardia provocada pelo raio do cravo, tinha logo que ser vermelho...
Ah valente! Ainda te a hei-de ouvir cantar à boa maneira de Relvas, entretanto enquanto não aprendes a letra o melhor mesmo é assobiares, ninguém nota, ainda te aconselharia a cantar o hino do teu partido mas mesmo esse é capaz de te provocar novamente taquicardia.