«Ninguém quer um país pobre, mas o ideal era que os salários descessem»
Se dúvidas restassem do que o espantalho que faz de primeiro-ministro disse sobre o salário mínimo, que obrigou os deputados das bancadas da maioria a arriscados números de contorcionismo, aí está o ideólogo do regime a dissipá-las, Passos Coelho disse mesmo o que toda a gente ouviu e é António Borges que agora deita mais uma acha para a fogueira onde nos fazem arder ao afirmar, quase soletrando, que "ninguém quer um país pobre, mas o ideal era que os salários descessem", como se os salários reais não estivessem permanentemente a descer desde que tomaram as rédeas do poder.
São estes os verdadeiros artistas, o palco é todo deles. O Dona Maria ardeu que nem um tição nos idos de 64 e não há uma alma que pegue fogo ao teatro onde esta gente não pára de representar. Umas pateadas de vez em quando é o mais que se tem visto, e ainda há quem teime organizar o Fantasporto por estes dias esquecendo-se que país inteiro já assiste a um filme de terror o ano todo.