V de vendetta
Nuno Cardoso está de volta, a vingança serve-se fria, ou pelo menos quando se pode, um tiro dois melros, vinga-se daqueles que no interior do PS lhe tiraram a rede há uns anos e ao mesmo tempo paga os favores a Filipe Menezes pelos contratos por ajuste directo que efectuou na Câmara de Gaia.
Deu a cara no lançamento da pré-campanha de Menezes que, ainda pendente da validação da sua candidatura à Câmara do Porto, corre processo nos tribunais, preocupado também com a mossa que lhe possa provocar a candidatura de Rui Moreira achou melhor jogar pelo seguro e lançou a lebre, Nuno Cardoso, sabendo de antemão que irá provocar estragos quer na equipa de Pizarro quer na de Rui Moreira.
Cardoso que é mestre, principalmente na área dos "negócios", quem não se lembra dos cambalachos em torno dos terrenos das Antas e do Futebol Clube do Porto, não deixará de cumprir a regra e esquadro o papel que agora Menezes lhe atribui, até porque sabe que este não deixará de o recompensar com novos contratos na edilidade do lado de cá do rio, é a crise, há que fazer pela vida.
Bonito, bonito, era ver os tribunais recusar a candidatura de Menezes, aí invertiam-se os papéis, Nuno Cardoso seria de imediato apoiado por Menezes, talvez sem empenhamento público, para não hostilizar as hostes do PSD aonde ainda espera voltar a ser figura primeira ou então o filho a quem vai transmitindo o saber acumulado. Ora aí está mais uma cena que pago para ver. Mas também vos digo, entre Menezes, Pizarro, Moreira ou Cardozo, venha o diabo e escolha, farelo do mesmo saco.
Nuno Cardoso justifica-se, diz que sentiu um "impulso", que foi isso que o levou a candidatar-se. Depois das palavras de Cavaco sobre Nossa Senhora de Fátima terá começado a prestar mais atenção às mensagens do etéreo, garantem os mais próximos que quando ouviu ou sentiu o tal "impulso" saiu porta fora a gritar: "Senhor, Senhor, estou curado!" Consta que até a gaguez desapareceu, agora paga promessa. Vêem por que é tão importante Nossa Senhora de Fátima no contexto político nacional? Nunca se esqueçam, em política o que parece, é.