A Europa dos patrões
Manuel António Pina JN 11/06/2008 |
"A semana de trabalho de 48 horas era um direito social com 91 anos. De uma penada, a UE acabou ontem com ele. Agora, a semana de trabalho poderá ir até às 60 horas ou, no caso dos médicos e outros trabalhadores, até às 65.
E, sendo uma média, um trabalhador poderá mesmo ser convencido "livremente" pelo patrão a trabalhar até 78 horas por semana, o que representa mais de 11 horas por dia, domingos incluídos (ou, se o patronato for suficientemente generoso para continuar a "conceder" uma folga ao domingo, 13 horas por dia).
A proposta resulta de pressões antigas do Reino Unido, onde floresce a chamada "3.ª via socialista", e teve durante anos a oposição de França, Itália e Espanha, que constituíam uma minoria de bloqueio.
Com Berlusconi em Itália e Sarkozy em França, o novo "socialismo liberal" conseguiu levar por fim a sua avante e impor definitivamente a Europa dos patrões à Europa social.
Seguir-se-ão agora decerto os salários e as condições de higiene no trabalho. Com defensores dos direitos sociais como alguns partidos ditos "socialistas", para que são precisos partidos de Direita?"
Não é por acaso que PSD anda tão em baixo...