Guerra e paz
Israel está deveras interessado na paz, e demonstra-o ao recusar liminarmente a propostas da União Europeia de enviar observa-dores internacionais para a Faixa de Gaza.
A ministra dos Negócios Estrangeiros de Israel, Tzipi Livni, uma das principais candidatas a converter-se em primeira-ministra nas eleições de 10 de Fevereiro, disse que não via motivo para instalar uma força de observação e supervisão. Ao que parece a sua principal preocupação no momento são as sondagens das eleições...para já o score é "bastante bom", já vai em 530 mortos e milhares de feridos, na sua esmagadora maioria civis e crianças.
Recorde-se que quando começou a invasão não havia mortos nem dum lado nem do outro.
Também o Alto Comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, pediu hoje um "estrito" respeito dos princípios humanitários no conflito de Gaza, principalmente o que garante o direito de todas as pessoas que fogem de uma guerra a procurar segurança noutro país. Uma vez mais Israel não está de acordo e Mubarak ajuda à missa, mantendo a fronteira do Egipto fechada. Claramente não há como fugir da Faixa de Gaza até o genocídio estar completo...
Entretanto a ocidente onde as paixões cegam os homens, poucas esperanças restam de que algum líder mundial pare estes estragos de motivação eleitoralista. Mas para que fique registado para a história, são cúmplices desses crimes.
Há ainda quem utilize como argumento que tudo isto é uma operação "defensiva" por parte de Israel, curiosamente o mesmo disse a Alemanha de Hitler quando ocupou a Checoslováquia em 1939, que era uma "acção defensiva" para evitar os atentados checos contra a minoria alemã dos Sudetas.
Quantas mortes mais de um lado e de outro? Quantos crianças haverá que permitir que Israel mate, antes que nos pareça excessiva a vingança? 1.000? 10.000? 100.000?