Pior do que serem esquecidos é serem obrigados a regressar
Comemorou-se há três dias a entrada em vigor da parte da Convenção sobre os Direitos da Criança que se refere à participação de crianças nos conflitos. Infelizmente poucos foram os países e organizações que disso fizeram eco.
É preocupante que os líderes mundiais optem por permanecer mudos perante tal drama, mas mais preocupante é que algumas crianças-soldados estejam a ver repetidamente recusados na Europa os seus pedidos de asilo, fruto da actual política de imigração adoptada pelos 27.
Os países da União Europeia quando determinam o retorno destas crianças aos seus países de origem mais não fazem do que estar a condená-los a novas violações.
Não é felizmente o caso de Juan e David (nomes fictícios) que conseguiram há pouco tempo chegar a Espanha fugindo de dois conflitos armados. O primeiro esteve preso com só 16 anos por negar-se a combater na guerra entre a Etiópia e a Eritreia, enquanto que o segundo foi recrutado com 11 anos, por dois grupos armados diferentes na Serra Leoa.
Calcula-se que existam actualmente no mundo 300.000 crianças que são utilizadas como soldados e que 10% delas se encontram na República do Congo, de cujo conflito tenho dado conta em posts recentes.
15 países ou territórios utilizam regularmente menores como combatentes, paradoxalmente alguns deles ratificaram o tratado como a Birmânia, o Ruanda e a Índia...