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Salvo-conduto

A erva daninha cresce todos os dias

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Salvo-conduto

26
Fev09

Ainda por cima toma-nos por burros

salvoconduto

Faria de Oliveira, presidente da Caixa Geral de Depósitos deu hoje uma conferência de imprensa para divulgação dos resultados de 2008 e ao mesmo tempo lá tentou explicar o negócio com Manuel Fino.

Da sua intervenção resulta que o coitadinho de Manuel Fino não podia cumprir as suas responsabilidades. Costuma supor-se que quem está com a corda no pescoço aceita condições para salvar o coiro. Não foi o que aconteceu neste caso. Foi o enforcado que as impôs, de tal maneira que mais parecia que era a Caixa que estava com a corda ao pescoço.

Pelos vistos Manuel Fino para além do prémio recebido ainda mantém a Caixa amarrada àquelas acções durante três anos. E bem podem elas subir ou baixar que não as pode vender nesse intervalo. A decisão sobre elas pertence a Manuel Fino que assim transforma a Caixa em Santa Casa da Misericórdia.

Esgrime Faria de Oliveira com uma posição de controlo sobre a Cimpor e daí o prémio, esquecendo-se de dizer que não fica com o controlo de nada, apenas 10% e que esse prémio só é pago normalmente a posições acima dos 50 por cento.

Seria difícil adquirir estas acções que pertenciam a Manuel Fino no mercado? Creio que não e por isso não faz sentido em falar em prémios de controlo.

Acresce ainda que dada a opção de compra com que o empresário fica relativamente a estas acções, se as acções baixarem a CGD perde dinheiro, se as acções subirem Manuel Fino ainda ganha mais dinheiro.

Defende-se Faria de Oliveira afirmando que faz por dia vinte operações como esta. Cruzes! Por este andar para onde iria a Caixa, se todas tivessem direito a prémios como este!

Passando aos resultados, as parangonas de hoje batem todas na mesma tecla, os resultados da Caixa baixaram 46%.

Sendo verdade, o que não se diz é que mesmo assim apresenta 459 milhões de lucro, em plena crise, o que só serve para demonstrar que os lucros da banca são mesmo obscenos. Apesar de tudo vai entregar ao Estado exactamente os mesmos dividendos do ano passado ou seja 300 milhões de euros, o que em abono da verdade me parece um pouco exagerado, dados os compromissos que tem assumido nos casos BPN e BPP.

Uma outra coisa que me delicia ler e ouvir são certos comentadores da nossa praça a arremeter contra o banco público. Não contra a sua gestão, porque essa pertence ao "clube". Não porque as "orientações" do governo que se demonstram ruinosas para aquele banco. Aproveitam e pedem a privatização da Caixa. Depois do que se está a passar com o BPN e o BPP, vergonha não lhes falta…

O que aquele banco necessita é de mais transparência e uma gestão criteriosa. Se Faria de Oliveira não for capaz terá de ceder o lugar. Por outro lado se tudo isto resulta da mão excessiva do governo Faria de Oliveira só terá que a rejeitar, porque quem não quer ser lobo não lhe veste a pele, ou pelo menos, deveria mostrar o mesmo empenho que demonstra contra quem ali trabalha.

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