Deus, o cardeal e os banqueiros
Já sei que vocês vão dizer que para além de Berlusconi "engalinho" demasiado com a igreja, mas acreditem numa coisa, ela não pára de me dar motivos para tal. Sempre me fez confusão o facto de bastar ao maior dos patifórios ir a um confessionário e dali sair de imediato "limpo" de todas as patifarias cometidas.
O que também me tira do sério é ver alguns membros da igreja de braço dado com esses patifes. Essa igreja que perdoa o estuprador de uma criança de nove anos e excomunga os pais da mesma por promoverem o aborto de dois gémeos.
Desta vez quem me irrita é o cardeal norte-americano James Francis Stafford, director do Supremo Tribunal da Penitenciária Apostólica e um dos mais altos membros da Cúria Romana nos Estados Unidos, que afirmou nesta quarta-feira que os banqueiros devem pedir perdão a Deus por terem provocado a crise económica mundial.
Ora nem mais, basta bater com a mão no peito, rezar um acto de contrição e está feito. Que continuem em paz que Deus já lhes perdoou.
Este cardeal é o mesmo que considerou Obama como agressivo, disruptivo e apocalíptico, que comparou o futuro da América com Obama como presidente à agonia de Jesus nos jardins de Gethsemane, ao pé do Monte das Oliveiras e que passar dema-siado tempo a ler jornais, a ver televisão ou a navegar na Internet são alguns dos "novos pecados".