Paranóia
Depois do post de ontem em que vos dei conta do absurdo do visto negado a Silvio Rodriguez hoje é a vez de vos dar a conhecer a autêntica paranóia que invade a o governo dos Estados Unidos. Em 18 de Abril passado o voo comercial 438 da Air France procedente de Paris e com destino ao México foi impedido de sobrevoar os céu dos Estados Unidos e obrigado a desviar a rota para A Martinica.
A esta hora já estarão vocês a pensar que apenas queriam evitar que os passageiros fossem para o México e corressem o risco de apanhar a gripe... Nada disso, imaginem isso sim a cara do comandante do avião ao acordar os passageiros e comunicar-lhes que as autoridades dos Estados Unidos não autorizavam que o seu país fosse sobrevoado pelo avião, porque a bordo viajava uma pessoa que, por motivos de segurança não era bem vinda ao seu espaço aéreo.
Não teve o comandante outro remédio do que afastar o avião do espaço aéreo norte-americano, dirigir-se à Martinica para ali aguardar oportunidade de se dirigir ao México e lá teve o co-piloto que comunicar a Hernando Calvo Ospina, escritor e jornalista colombiano, residente em Paris, que era o responsável por aquele incidente, embora ao mesmo tempo fosse dizendo que era a primeira vez que lhe acontecia uma cena como aquela.
É óbvio que todos os passageiros ficaram atónitos e olhavam com curiosidade para aquele homem que ameaçava a segurança da superpotência.
Este desvio paranóico, em pleno céu, de um avião de linha, com o pretexto da presença de um passageiro que não representava qualquer perigo, revelou-se de custos elevados para a Air France (combustível, horas suplementares da tripulação e alojamento dos passageiros), para não falar dos transtornos em que julgava fazer uma calma viagem.
Já o jornalista Calvo Ospina afirma ignorar oficialmente o que motivou o veto dos Estados Unidos, embora suspeite que são as suas críticas virulentas à política americana na América Latina, começando pela Colômbia. Será que também tenho que rever as minhas se quiser voar para os Estados Unidos?
A Air France ficou a saber que os "serviços" norte-americanos se interessam, sem que as companhias aéreas o saibam, pelos passageiros de todos os aviões que sobrevoem, mesmo que não seja suposto pousar, águas territoriais ou territórios americanos.
Cuidem-se, o Big Brother, mais do que nunca, está a observar-vos...