Guerra cega
Depois do pedido de Obama ao líder do Paquistão para colaborar na guerra contra os talibãs o exército deste último país, levando a solicitação a peito, irrompeu em fúria contra o vale de Swat, no noroeste do Paquistão. Se as populações até aqui se sentiam ameaçadas pelos talibãs, viram-se de repente entre dois fogos, eles que de certeza não "acreditam em fogo amigo".
Não cuidaram as cegas forças governamentais de deixar um corredor de fuga para as populações e ao novo inquilino da Casa Branca isto também parece não estar a incomodar muito.
Enquanto isto decorre, longe dos holofotes da imprensa ocidental, já são 200.000 os desalojados e 300.000 os que, encurralados entre os dois fogos, não conseguem fugir, colocando António Guterres em maus lençóis, ele que não consegue impor um corredor para a fuga dos inocentes.
Mesmo aqueles que conseguiram pôr-se a salvo do fogo cruzado e dos bombardeamentos fizeram-no em condições duríssimas, através de caminhos abarrotados, em alguns casos semeados de minas e sem mais nada do que a roupa que conseguem levar à cabeça. Quem assim o garante é o ACNUR, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, em comunicado.
Nas últimas 72 horas, milhares de pessoas famintas e esgotadas estão a chegar ao campo de desalojados que o ACNUR tinha montado desde o verão passado nas redondezas de Swat. Muitas famílias separaram-se na fuga e são numerosos os civis que sofrem de traumas psicológicos.
Se as estes números acrescentarmos mais 555.000 que são aqueles que já tinham fugido antes desta investida imaginem o que se passa naquela região.
Esta nova onda de refugiados está a provocar uma enorme pressão sobre os recursos de que dispões o ACNUR, que não pode assistir a todas as pessoas que necessitam de ajuda para as necessidades básicas. Onde está o apoio internacional às vítimas?
Eu nem deveria ter vindo para aqui com isto, na realidade devia estar mais preocupado com a farinha Maizena ou com o aniversário do Cristo-Rei...