Como uma onda?
Berlusconi que se cuide, o mundo universitário italiano está em pé de guerra e agora não só contra o processo Bolonha, mas também contra os cortes aprovados pelo seu governo. À cabeça do descontentamento aparece um novo movimento estudantil com o nome de Onda Anómala.
Este movimento que já encabeçou a semana passada uma manifestação de reitores dos países dos G8, prepara-se para se manifestar de novo quando se realizar a Cimeira do G8, que está marcada para Julho próximo na cidade de Aquila, a mesma que sofreu um terramoto em Abril passado.
Pode ser que conheça um novo terramoto, mas de natureza diferente e bem direccionado, porque já vai sendo tempo de alguns italianos acordarem e recusarem o abismo para onde Berlusconi os quer encaminhar.
Berlusconi prepara-se para converter algumas universidades em fundações privadas e despedir 2.000 investigadores. Como não seria de estranhar as universidades alvo desta decisão encontram-se todas no sul, a parte mais pobre de Itália.
Isto já levou a que o próprio presidente italiano, Giorgio Napolitano, viesse a público criticar os cortes e declarar que há que salvaguardar o capital humano de Itália e evitar a dispersão de talentos.
É claro que Berlusconi se preocupa com outro "capital" e o único talento que reconhece é o seu, mas pode ser que a onda cresça, anómala que seja, porque em Itália já não sei o que não é anómalo.